"A claridade é uma justa repartição de sombras e de luz"

-Goethe-

sábado, 29 de maio de 2010

Personagens

Podemos ver mais  nessas imagens,  além de um ato de irreverência interessante. Isso porque a dança não está no ar, e é apresentado como um convite para rever as crenças existentes das capacidades das mulheres.  
Por que não, as mulheres cientistas, revolucionárias, o gênio do humor e guias do seu povo.
Mas há quem veja o contrário: que essas imagens ao invés de reforçar uma idéia libertária das mulheres, incentiva a diferença, porque ao fazer referência aos bem sucedidos modelos masculinos, faz diminuir suas próprias capacidades, para apresentá-la como uma aspiração ao "olhar" para eles.


A Lenda do Espantalho

A Lenda do Espantalho 

Era uma vez um espantalho que não tinha amigos. Ele trabalhava em um campo de trigo.  Era um trabalho árduo, mas muito solitário. Sem ninguém para conversar,  seus dias e suas noites eram eternas. Tudo o que  podia fazer era observar os pássaros. 
Cada vez que passavam, ele os cumprimentava  Mas eles nunca respondiam. Era como se eles estivessem com medo.  Um dia ele fez algo proibido:  ofereceu algumas sementes. Mas ainda assim eles não queriam saber de nada. O espantalho se perguntava porque ninguém queria ser seu amigo. Assim passou o tempo até que em uma noite fria, caiu a seus  pés um corvo cego. O corvo estava tremendo e com fome. O Espantalho decidiu  cuidar dele. Depois de vários dias, o corvo cego melhorou. Antes de o deixar partir o espantalho perguntou por que os pássaros nunca quiseram  fazer amizade com ele?  O corvo explicou que o trabalho dos espantalhos era assustar as pobres aves que só queriam comer, ele era um ser malvado e desprezível,  um  monstro. 
Ofendido, o espantalho explicou que ele não era mau, apesar de ser um  espantalho. 

Novamente, o espantalho ficou sem amigos. 
Naquela noite, decidiu mudar sua  vida. Ele acordou o seu dono e lhe disse que queria um outro trabalho, ele não queria assustar mais aves. Apavorado, o dono acordou  todos os seus vizinhos, lhes disse que o seu espantalho tinha chegado vivo e que isso só poderia ser obra do diabo. 

Perto dali estava o corvo cego. Seus amigos lhe falaram que moradores da vila estavam queimando um moinho, dentro do qual,  estava tentando se esconder um espantalho com um cachecol muito longo. O corvo cego então explicou que este era o espantalho bondoso, que tinha  lhe salvado a vida. Chocado com a história, o corvos queriam  salvar o espantalho, mas era tarde demais e não podiam fazer nada:  o espantalho morreu queimado.  Os corvos esperaram até amanhecer e quando não havia mais chamas se aproximaram dos restos do moinho,  e levaram as cinzas do espantalho. E voando alto, muito alto... E desde o mais alto espalharam as cinzas  no ar. O vento soprou as cinzas por todo o campo. As cinzas voaram juntos com todos os pássaros e, assim, nunca o espantalho voltou a estar só.
Por que suas cinzas voavam com seus novos amigos. E, em memória da morte trágica de espantalho, o corvo cego e todos os seus companheiros decidiram-se vestir-se de preto. E  assim, desde então, em memória do espantalho, todos os corvos são... pretos.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A muda

A muda era piada, não existia!
mas ela sentia
que algo dentro dela de forma clara
existia

Mas
nunca ninguém se aproximou em toque brando
o sentimento era de medo, ela percebia

não obstante ela via
que a via mais perfeita era fazer-se além de muda
louca
surda
e rota.

mas ela era muda
apenas muda 
e
sentia

terça-feira, 18 de maio de 2010

Mundo cão

Inevitavelmente precipitado.  Esperanças e desejos; premonição de algo que está  para acontecer agora. Calma e  aceitação de tudo o que vem de volta. 
[Via]

Sonhos

A artista alemã  Jeannette Woitzik é criadora de fantásticas ilustrações, que nos fazem sonhar com um mundo de romantismo e fantasia. Um mundo mágico onde tudo é possível.

[Via]

Flecha

Ninguém me verá entrar na sua  alma
Como flecha ardente tão única
E não poderá fugir
Ao destino

De ter eu sempre em você...

Lembrança de morrer

LEMBRANÇA DE MORRER - Álvares de Azevedo

Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nenhuma lágrima
Em pálpebra demente.

E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.

Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro,
– Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como o desterro de minh’alma errante,
Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade – é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.

Só levo uma saudade – é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas…
De ti, ó minha mãe, pobre coitada,
Que por minha tristeza te definhas!

De meu pai… de meus únicos amigos,
Pouco - bem poucos – e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.

Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei… que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!

Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores…
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.

Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo…
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!

Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.

Sombras do vale, noites da montanha
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!

Mas quando preludia ave d’aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos…
Deixai a lua pratear-me a lousa

Sensações